O Dispositivo Intrauterino, também conhecido como DIU, é um método contraceptivo amplamente utilizado por mulheres no mundo, devido à sua eficácia, conveniência e baixa manutenção.
Utilizando pequenos dispositivos implantados no útero por um ginecologista qualificado, ele oferece uma proteção duradoura contra a gravidez, com taxas de eficácia que se equiparam a métodos de contracepção definitivo como a vasectomia e laqueadura.
Estudos comprovam que métodos de longa duração, como os dispositivos intrauterinos, são 20 vezes mais efetivos do que métodos orais, adesivo feminino e anel vaginal.
Eu sou Fernanda Beatriz, médica ginecologista e obstetra em Belo Horizonte e tenho experiência ampla em inserção de DIU. Faço a inserção no consultório e acompanha a paciente durante toda a adaptação ao novo método.
Venha conhecer mais sobre o método e suas indicações. Já há muitos anos acompanhando pacientes em uso de DIU, tenho como te ajudar na indicação, inserção, sintomas e adaptação a cada tipo.
CRM MG 49995 RQE Nº: 30867
– 15 anos de formação em medicina pela Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH).
– Residência médica em Ginecologia/ Obstetrícia no Hospital Julia Kubtischek – FHEMIG concluída em janeiro 2014.
– Há mais de 3 anos atuando como professora do curso de medicina, atualmente na docência da UNIBH.
– Dedico grande parte do meu dia ao consultório, no cuidado individualizado e humanizado às pacientes. Atuo na ginecologia e obstetrícia com acompanhamento de parto e integrante de uma equipe de parto multidisciplinar.
O que é o DIU??
O DIU, ou Dispositivo Intrauterino, é um método contraceptivo usado para retardar a gravidez.
Ele é um pequeno dispositivo, geralmente em formato de T, que é inserido no útero por um médico, principalmente ginecologistas.
Este dispositivo é maleável e apresenta comprimento máximo de 3,2cm. Se adaptando muito bem à cavidade interna do útero. Hoje no mercado já existem vários tipos que se dividem em duas categorias básicas e dentro destas apresentam uma variabilidade de tamanho e formas existentes.
Quais são os tipos de DIU?
Há duas categorias principais de dispositivos intrauterinos:
- Hormonal
- Não-hormonal
Ambos têm suas características distintas, vamos falar um pouquinho mais a respeito.
DIU Hormonal
Este tipo libera pequenas quantidades de hormônios de progesterona diretamente no útero, o que ajuda a prevenir a gravidez de várias maneiras. Quais são essas maneiras?
- O muco cervical é uma substância produzida pelo colo do útero e que tem como função proteção, impedindo a entrada de bactérias e vírus no útero. Quando em uso de dispositivo intrauterino hormonal este muco fica mais espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides.
- O endométrio, que é a camada de dentro do útero que sofre descamação todo mês chamando de menstruação, em uso do DIU ela torna-se fina. Insensível ao hormônio que a prolifera, se tornando uma camada fina imprópria para a gestação.
- O efeito do hormônio de progesterona inibi a mobilidade das trompas, impedindo a fertilização.
- Em algumas mulheres o hormônio pode, também, inibir a ovulação.
Este método, na maioria das vezes, causa uma amenorreia que significa não menstruar. Então, para as mulheres que apresentam muita cólica menstrual, fluxo de menstruação muito aumentado ou que apresentam uma TPM mais expressiva se beneficiam muito bem deste método.
O método tem uma duração de cinco anos e após este período ele deve ser trocado.
A desvantagem do DIU hormonal são os efeitos colaterais relatados por algumas pacientes como a oleosidade maior da pele e cabelo, algumas vezes propiciando a mais espinhas no rosto.
Entre os tipos de dispositivos intrauterino hormonal existem dois tipos que se diferenciam no tamanho e quantidade de hormônio.
DIU não hormonal
Ao contrário dos hormonais, o DIU não hormonal, como a própria categoria já diz, não contém hormônios.
Os DIUs não hormonais são representados pelo de cobre e o de cobre com prata.
O DIU de cobre libera íons de cobre que são tóxicos para os espermatozoides, prevenindo a fertilização.
A principal de ação do dispositivo intrauterino de Cobre consiste na alteração do desempenho ou da sobrevivência dos espermatozóides e do óvulo antes que eles se encontrem.
Ele causa uma grande reação inflamatória tornando o muco cervical hostil à penetração dos espermatozóides, causando também uma alteração na mobilidade dos espermatozoides e impedindo a fertilização.
Para chegar ao óvulo na trompa de Falópio, os espermatozóides necessitam de um meio biológico ideal. A presença do cobre causa alterações também na camada de endométrio, tornando o ambiente impróprio para a ascensão dos espermatozoides até as trompas.
A maior vantagem do DIU de cobre é o seu tempo de ação que pode chegar a 10 anos de contracepção.
As pacientes mantêm o seu ciclo hormonal basal. Permitindo manter a percepção hormonal da fase da ovulação, em que elas apresentam uma maior libido.
A maior queixa das pacientes em uso do DIU de cobre é devido ao aumento no fluxo menstrual e aumento de cólica durante e menstruação.
Entre os dispositivos intrauterinos não hormonais existem ainda a possibilidade de formatos diferentes e tamanhos diferentes.
Existe o DIU mini de cobre que tem um tamanho menor, sendo indicado para as pacientes que apresentam uma medida longitudinal de útero inferior e 6cm. Ele possui um formato em Ω (ômega) para assegurar a sua posição adequada na cavidade uterina, reduzindo o risco de expulsão.
Para que você consiga se decidir pelo melhor método contraceptivo é necessário ter uma boa conversa com o seu ginecologista. Ele vai te orientar sobre todos os métodos contraceptivos que existem no mercado, quais as vantagens e desvantagens e as contraindicações.
Talvez vocês cheguem à uma boa indicação e quando em uso perceba que não é o que você gostaria, então mais uma vez é necessário conversar com o seu ginecologista para que mudem de rota. O mais importante é você se sentir segura e com uma boa adaptação.
Quais exames devo fazer antes de colocar o DIU?
É importante que você faça uma consulta com o seu médico para ele te orientar qual o melhor caminho seguir antes da inserção do DIU.
É importante antes de colocar um DIU:
- Que você esteja com o seu exame de Papanicolau em dia.
- Um ultrassom endovaginal mostrando o tamanho do útero para melhor indicação de qual DIU inserir.
- A certeza de não estar grávida.
Antes da inserção do DIU é importante que o ginecologista faça uma boa anamnese para descartar a possibilidade de gestação, usando de conhecimento do ciclo menstrual para essa definição. Ele pode solicitar que a paciente esteja menstruada no dia da inserção ou pode utilizar da possibilidade de realizar um exame de sangue para identificar gestação.
Quais são as maiores vantagens dos DIUs?
- Alta eficácia
- Conveniência
- Reversibilidade
- Segurança
Com uma taxa de sucesso superior a 99%, o DIU é um dos métodos contraceptivos mais eficazes disponíveis.
O DIU não necessita de manutenção diária, como os comprimidos contraceptivos. De acordo com o tipo, pode ser usado por vários anos.
O DIU pode ser removido a qualquer momento por um ginecologista, possibilitando uma rápida reversão da fertilidade.
É um método seguro para a maioria das mulheres, com riscos reduzidos se utilizado e realizado a inserção corretamente.
Como é a inserção do DIU?
A inserção do DIU é um procedimento que deve ser realizado por um profissional experiente pois nõ está isento de riscos.
Pode ser realizado no consultório mas também pode ser realizado no bloco cirúrgico com sedação devido a intolerância de dor para algumas pacientes.
Quando realizada no consultório pode ser feito uma anestesia local no colo do útero, algumas vezes, esta anestesia local pode ajudar que a paciente tolere melhor o procedimento.
Durante o procedimento que tem uma duração bem curta, a paciente vai sentir 3 cólicas fortes e pontuais.
A primeira cólica está relacionada ao procedimento de “prender” o colo do útero com uma pinça chama pinça de Pozzi. Com esta pinça o médico consegue deixar o útero mais horizontalizado para uma inserção mais segura.
A segunda cólica acontece devido a histerometria que é o procedimento de medir o colo do útero, desta forma o ginecologista consegue saber a distância que ele tem que caminhar com o DIU dentro do útero para que ele fique bem posicionado.
A terceira cólica é a inserção propriamente dita do DIU dentro da cavidade.
Após a inserção do DIU algumas pacientes podem ainda sentir uma cólica mais forte por cerca de 20-40min, mas progressivamente esta cólica tem que ir melhorando. Pode, também, neste momento usar de analgésicos orais de rápida absorção para aliviar o desconforto da paciente.
Após a inserção do DIU é necessário que a paciente faça um acompanhamento mais de perto com o seu ginecologista, avaliando a adaptação e posição do DIU dentro do útero. Pode ser indicado ultrassom endovaginal para este acompanhamento.
Quais são as complicações do DIU?
Durante o primeiro ano de uso do DIU, a mulher pode expelir o dispositivo de forma natural, especialmente nas primeiras semanas.
Podem surgir sintomas, como dor e sangramento, principalmente quando o DIU está na posição errada. Esses sinais indicam a necessidade de procurar um médico para uma melhor avaliação.
O DIU pode perfurar o útero durante a colocação. No entanto, esse é um problema raro e, quando ocorre, é detectado por meio de exames de imagem realizado dias após a inserção.
Quando o DIU ultrapassa o útero e cai na cavidade abdominal, é necessário realizar uma cirurgia para retirada. A experiência do ginecologista é crucial para reduzir esse risco.
Outro perigo é o aumento do fluxo menstrual e cólicas severas em algumas mulheres que usam DIU de cobre.
Em situações como essa, quando não há melhora depois de 1 ano, é preciso conversar com o seu médico sobre qual a melhor opção de método contraceptivo.
Dentre todos os riscos o maior se refere à gestação que ocorre fora do útero, principalmente nas tubas uterinas.
Considerações Importantes
Apesar de seus benefícios, o DIU pode não ser adequado para todas as mulheres. Algumas considerações incluem:
- Custo: Embora seja econômico a longo prazo, o custo inicial pode ser um impedimento para algumas pessoas.
- Efeitos Colaterais: Como qualquer método contraceptivo, o DIU pode causar efeitos colaterais como sangramento irregular ou cólicas principalmente nos primeiros meses após a inserção.
- Inserção e Remoção: A inserção do DIU deve ser realizada por um profissional treinado e pode ser desconfortável para algumas mulheres. A remoção é geralmente simples, mas também deve ser feita por um profissional.
Conclusão
A escolha do DIU é uma opção sólida e efetiva para mulheres que desejam um método contraceptivo de longo prazo com fácil manutenção.
Com opções hormonais e não hormonais disponíveis, oferece flexibilidade para atender às preferências pessoais e demandas de saúde de cada paciente.
Antes de optar pelo DIU, é recomendável consultar um médico para determinar a opção mais adequada, levando em conta aspectos como saúde pessoal, estilo de vida e preferências pessoais.
Veja também:
https://drafernandabeatriz.com.br/exame-de-papanicolau/(abrir em uma nova aba)
https://drafernandabeatriz.com.br/pre-natal/(abrir em uma nova aba)
https://drafernandabeatriz.com.br/ginecologia-ginecologista/(abrir em uma nova aba)